21.1.08

No mês que vem, em São Paulo

POESIA PLURAL: LINHAS DE FORÇA DA POESIA CONTEMPORÂNEA



A diversidade certamente é a grande marca da poesia brasileira contemporânea. O Ciclo Poesia Plural apresenta cinco tendências gerais da poesia praticada hoje no Brasil, sem pretensão de esgotar as vertentes, e principalmente evitando qualquer classificação prematura. Foram convidados cinco poetas representativos destas linhas de força para apresentar aspectos da sua obra e de outros poetas que os próprios convidados consideram próximos ao seu trabalho, por meio de micro-cursos seguidos de uma apresentação pública do seu trabalho e de alguns destes companheiros.



Donizete Galvão : A Poesia ao Rés da Rua

A poesia que se instala ao rés da rua, na concretude do cotidiano . Busca as "evidências pedestres". Poesia que fala do que é "finito e matéria". Trata do embate dos poetas com a cidade, sua arquitetura, os subúrbios, os resíduos, o ruído urbano, as ruínas. O curso abordará poemas de André Luiz Pinto, Fabio Weintraub, Paulo Ferraz, Ruy Proença, Sérgio Alcides e Tarso de Melo. O que acham, o que perdem, o que recusam nas suas andanças.



De 21 a 23 de janeiro, das 19 às 21h, curso

Dia 24 de janeiro, às 19h, recital.



Virna Teixeira: Condensar o Poema

Erroneamente compreendida no Brasil, a poesia concisa, de versos curtos, tem sido utilizada por séculos. O objetivo deste curso é apresentar e discutir poetas que exploraram esta forma, tais como Orides Fontela, Lorine Niedecker, Alejandra Pizarnik, Paulo Leminski, Giuseppe Ungaretti, Safo, William Carlos Williams, Emily Dickinson, entre outros, e que incorporaram recursos diversos como a métrica, o humor, a música, a filosofia e estéticas variadas na sua técnica de escrita.



De 28 a 30 de janeiro, das 19 às 21h, curso

Dia 31 de janeiro, às 19h, recital



Claudio Daniel: Barroco, Neobarroco, Transbarroco

O neobarroco é uma tendência estética que dá ênfase à invenção verbal e à mescla de elementos de diferentes repertórios e culturas (da herança africana e indígena a influências orientais e da poesia de vanguarda). O curso pretende mostrar aspectos teóricos e os procedimentos estilísticos mais freqüentes desta tendência, que tem representantes como Haroldo de Campos, Wilson Bueno, Paulo Leminski, Horácio Costa e Josely Vianna Baptista.



De 11 a 13 de fevereiro, das 19 às 21h, curso

Dia 14 de fevereiro, às 19h, recital



Ricardo Aleixo: Poéticas da Mestiçagem

O curso trabalha, em oposição à idéia um tanto "neutra" de hibridismo, o conceito de mestiçagem sígnica - com seu quê de "impureza" -, que se entremostra nas obras dos poetas selecionados: André Vallias, Lenora de Barros, Manoel Ricardo de Lima, Delmo Montenegro, Edimilson de Almeida Pereira. Serão abordados os principais trabalhos dos poetas citados que permitam relacioná-los a outros que atuam, presentemente, no Brasil.



De 18 a 20 de fevereiro, das 19 às 21h - curso

Dia 21 de fevereiro, às 19h, performance Nem uma única linha só minha



Ademir Assunção: Poesia na Idade Mídia

Parte da poesia brasileira contemporânea assume influências explícitas não só da cultura literária, mas também da música popular, do cinema, dos quadrinhos e do ambiente eletrônico. Ao mesmo tempo reage criticamente à crescente diluição imposta pelos meios tradicionais de comunicação de massas. É neste horizonte que se situa o curso, com foco na obra de poetas como Torquato Neto, Paulo Leminski, Roberto Piva, Sebastião Nunes, Rodrigo Garcia Lopes e Douglas Diegues, entre outros.



De 25 a 27 de fevereiro, das 19 às 21h, curso

Dia 28 de fevereiro, às 19h, espetáculo Rebelião na Zona Fantasma



Endereço: rua Henrique Schaumann, 777, Pinheiros - SP

Tel.: (11) 3082-5023

19.1.08

Oitenta anos de Affonso Ávila

Sábado, 19 de janeiro de 2008


Jornal Estado de Minas
caderno PENSAR

Repetir sem se repetir

O poeta, crítico literário e pesquisador do barroco Affonso Ávila completa 80 anos como exemplo de inquietação criativa e rigor intelectual para escritores e ensaístas de Minas




Ricardo Aleixo


A literatura brasileira conta, em 2008, com dois acontecimentos que exigem rememoração à altura: os 80 anos de vida do poeta, estudioso do barroco e crítico literário Affonso Ávila e os 70 do poeta, prosador, artista gráfico e editor Sebastião Nunes, a se completarem, respectivamente, neste 19 de janeiro e no ainda distante 5 de dezembro. Num e noutro caso, a exigência a que me referi na primeira frase se origina na constatação de que ambos, na maturidade, se mantêm em plena forma criativa, com trabalhos recentes em nada devedores de sua realizações de outras épocas.

Aviso que não farei, aqui, uma análise comparativa das obras de Ávila e Nunes, por entender que demandam um estudo de mais largo fôlego, dada a especificidade do modo como cada uma oferece respostas (e “reperguntas”) a problemas da arte verbal na contemporaneidade. Se aproximei esses dois raros criadores, foi com o propósito de frisar, além da coincidência das datas redondas, uma história de amizade e parceria artística que, firmada nos anos 60, perdura com força bastante para inspirar a Affonso, em seu livro mais novo, Cantigas do falso Alfonso el Sabio, o poema “Cantiga a São Sebastião da Bocaiúva”, de que reproduzo a esplêndida abertura: “Nasceu e estudou direito/ mas quebrou o anel pois pleito/ não era a desse sujeito/ perderia causa e efeito/ na verdade seu conceito/ no nome trazia feito/ mártir seria em preceito/ de reverter preconceito/ soltou-se do tronco de eito/ tirou as setas do peito (...)”. E mais não digo, por ora, a respeito dessa relação dialógica de tão grande importância para a desprovincianização do ambiente cultural mineiro.

Neste breve “exercício de admiração”, concentro-me na tarefa de saudar o aniversariante do dia, Affonso Ávila, exemplo de inquietação criativa, rigor analítico e autonomia intelectual para todas as gerações de poetas, escritores e ensaístas que surgiram em Minas nas últimas cinco décadas. Affonso foi quem, posicionando-se contra o secular conservadorismo mineiro, cantou a pedra da invenção entre nós, num momento de redefinição da cultura e da política do país – o período que vai do intervalo democrático representado pelo governo de Juscelino Kubitischek, de 1956 a 1961, à eclosão do golpe militar em 1964. Indissociável de sua criação poética, a atuação pública de Ávila como editor, crítico literário e organizador de eventos culturais – baste a lembrança da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em agosto de 1963 – deve ser entendida no âmbito do que Jacques Rancière definiu, no livro Políticas da escrita (Editora 34, 1995), como “a partilha do sensível”, gesto que, no dizer do filósofo francês, “dá forma à comunidade”, por implicar “a participação em um conjunto comum e, inversamente, a separação, a distribuição em quinhões”.

Experimentalismo

E é sobre isso que quero conversar aqui. Sobre como Affonso, ao mesmo tempo que se empenhava no estabelecimento e na ampliação de espaços para a criação, a pesquisa e o debate estético-cultural, veio grafando uma poesia – seu “quinhão” poético – de sempre altíssima voltagem, que conforma um dos mais radicais projetos textuais da poesia escrita em língua portuguesa da segunda quadra do século em diante. Quero, acima de tudo, comentar, na obra do experimentalista mineiro, o uso de um recurso estilístico que permeia diferentes fases de seu trabalho criativo: a repetição.

Na obra do autor dos “Trilemas da mineiridade” (“eu em modorra de minas/ eu em montanha de minas/ eu em montagem de minas” etc.), a repetição associa-se a outros procedimentos técnico-formais manipulados pelo poeta com igual perícia, tais como a exploração topológica da página, da fragmentação vocabular e de complexas cadeias paronomásicas e aliterativas, os paralelismos imagético-sonoros, a paródia e a auto-ironia, sem esquecer, naturalmente, a meditada escolha dos temas (que são, por seu turno, tensionados isomorficamente até o limite, como na série reunida no livro Cantaria barroca, de 1975, de que faz parte o impressionante "Casa da Ópera" – impossível reproduzir sem prejuízo da “arquitextura” que recupera iconicamente a disposição espacial do mais antigo teatro das Américas, com referências a atrizes que ali atuaram desde sua fundação, em 1770, até a década de 1970).

Comumente associada à redundância, a repetição, conforme praticada por Affonso Ávila, transforma-se em um princípio estruturante, com o qual se engendram novas camadas de sentido. Tal como em Gertrude Stein (“a rose is a rose is a rose is a rose”, frase-emblema, aliás, glosada por Affonso em um dos mais bem realizados poemas do “politicamente incorreto” Masturbações, de 1981), que diz: “Rosa/ melhor uma p/ rosa/ melhor ainda uma p/ rova/ p/ rovar gertrude stein e espor/ rar uma/ rosa”. Como, também, em João Gilberto, “designer [sonoro] da linguagem”, de acordo com a precisa definição do poeta pós-Mallarmé feita por Décio Pignatari, que altero levemente com a inclusão, entre colchetes, da referência ao mundo dos sons. Como, por fim, mas não por último, no candomblé, onde e quando os padrões rítmicos agenciam o corpo para a dança e, se os deuses forem propícios, para o transe (ver/ler/entoar, a propósito, a “Cantiga da beata Menininha do Gantois”, de Cantigas do falso Alfonso el Sabio, na qual se contam nada menos que 40 evocações do nome do orixá maior, ao final de cada verso – de “veio de longe oxalá” até a penúltima linha, “beata em deus oxalá” –, até o final, entre previsível e surpreendente, ou surpreendente porque previsível: “menininha do gantois”).

Mapa do sensível

“Nenhuma repetição é igual a outra – é sempre antes ou depois, numa seqüência de repetições”, escreveu em algum lugar a coreógrafa estadunidense Lucinda Childs. Para ela, “as idéias sugeridas no início se dissipam e descobertas mais profundas passam a instigar a mente”. Essas palavras se ajustam com perfeição a este aspecto do trabalho de Ávila que ponho em destaque. Ainda que calcada na realidade imediata, a poesia dele se organiza tendo em vista, para citar outra vez Rancière, a reconfiguração do “mapa do sensível”. Em outros termos: para além da mera transmissão de significados, o poeta opera na faixa da desautomatização da leitura. Nos momentos mais densos dessa poesia, os vocábulos como que espalham seus formantes ao longo dos textos – como em certas peças sonoras compostas por mínimas filigranas timbrísticas e/ou rítmicas que geram novos objetos sem que a estrutura de base se desmonte –, numa espécie de desvio do escrito legitimada, entretanto, pelo caráter partitural dos textos (lembremo-nos, a propósito, de uma observação de Jacques Lacan, citada por Haroldo de Campos em seu A operação do texto: “Bastaria escutar a poesia, o que talvez Saussurre não tivesse o hábito de fazer, para ouvir como emerge uma verdadeira polifonia, para saber que de fato todo discurso alinha-se nas várias pautas de uma partitura”).

Um tanto esquematicamente, proponho, já finalizando estes rápidos comentários, uma tipologia do uso da repetição por Affonso Ávila, que poderá ser de alguma utilidade a quem deseje se aprofundar no assunto: 1) variações sobre o mesmo tema, como na série Discurso da difamação do poeta, publicada pela Summus Editorial em 1978: o poeta parte da supressão de vocábulos para a instauração de frases conclusivas, em caixa-alta, a modo de “moral da história”; 2) a descontinuidade frásica de poemas nos quais o motivo principal é preservado, não obstante os vocábulos sofrerem toda sorte de modificações (ver os poemas de O Belo e o Velho); 3) o uso de rimas com, quase todas, a mesma terminação: já utilizado em poemas de outras fases, esse procedimento reaparece nos versos de circunstância de Cantigas do falso Alfonso El Sabio, de que já citei dois fragmentos.

E aí está. Haveria, evidentemente, muito mais pontos a serem ressaltados na vasta obra desse poeta a todos os títulos imprescindível, mas não foi a isso que me propus com este escrito. Quis foi chamar a atenção do escasso público leitor de poesia (em especial, a dos jovens poetas, que, inexplicavelmente, lêem cada vez menos poesia) para o paradoxo de um artista da palavra que se mostra capaz da proeza de fazer os mais diferentes usos da repetição sem jamais se repetir. Por ter, entre outros feitos, se disposto a ensinar a quem soube ouvir que “a lição é criar o próprio estilo” e “o próprio espaço”, Affonso Ávila é merecedor de todos os vivas, neste dia em que chega à casa de número 80 de uma vida inteira nucleada e iluminada pela poesia. Saravá, Affonso Ávila!

[Ricardo Aleixo é poeta, músico, artista visual e professor de design sonoro na Fumec. Publicou, entre outros, os livros Trívio e Máquina Zero]

12.1.08

Vocalidades


Diário do Nordeste/Caderno 3


Fortaleza-Ceará, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

Ouça o livro e leia o disco
por Carlos Augusto Lima




Ainda perdura um equívoco enorme quando se fala-trata de utilização de recursos sonoros na poesia, ou, em performance poética amparada em recursos sonoros, ou, ainda, poesia-sonora ou sei lá que nome você queira dar para essa combinação entre poesia, som e espetáculo cênico. Vamos pegar esta cidade como exemplo. Não raro aparecem aqui e ali algumas apresentações de poetas que, animadíssimos com a possibilidade do microfone, soltam sua verborragia histriônica e afetada, sem dó aos ouvidos presentes e interessados. Gritos, urros, destruição de equipamentos. É a apropriação sonora do berro pelo berro, a rebeldia pelo barulho e palavrão, como se estivesse aí o supra-sumo da vanguarda poética. No mais, qualquer um vira, da noite para o dia, performer. Porém, esse tipo de arranjo e postura aponta um conservadorismo tacanho sem igual, pois, de forma alguma, a forma é modificada, alterada, contrariada. A forma é a mesma, o texto não se rebela, não dialoga com o som e a sonoridade não altera de maneira alguma o que está escrito; o que, aliás, é sempre de qualidade duvidosa. Santa ingenuidade!

No entanto, nem tudo é drama. Durante duas vezes, Fortaleza pôde contar com a visita e interferências de um dos mais importantes pesquisadores dentro desta dita “poesia sonora”, o poeta Ricardo Corona. Uma primeira visita - que não é uma visita passiva, amena, mas cortante e perturbadora - se deu ainda em julho de 2006 , no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, para ministrar oficina e apresentar seu pocket-show “Tá Viva a Letra”. Ricardo repetiu a dose na cidade em maio do ano que se foi, também com oficina e apresentação no Centro Cultural do Banco do Nordeste. Nas duas ocasiões, os participantes das oficinas foram levados a pensar a performance poética como um gesto que, de forma alguma, está distanciado de um projeto que envolva pesquisa, estudo e pensamento. Ricardo estabeleceu alguns recortes históricos, frutos de suas pesquisas, dimensões sobre a apropriação do som e sua combinação com a palavra, além, claro, a idéia de que a poesia sonora também não estava, como pensam alguns, distanciada da perspectiva de um trabalho com o corpo, matéria fundamental que se soma à palavra e ao som. A visita de Ricardo pressupõe a percepção crítica do que se produz localmente, gerando, muitas vezes, um desagrado, uma tensão, absolutamente necessária e natural, além da incorporação plástica, dentro de seus espetáculos, de um determinado sentido, risco, linha, que perpassa os lugares. O trabalho está recortado pela paisagem, propondo uma outra paisagem motivada pelo som.

No trabalho de Ricardo (quase) tudo funciona: palavra escrita, som, luzes, corpo, apetrechos e penduricalhos vivos e virtuais. Um banquete sônico nem sempre deglutível, mas o que é incômodo pode ter força, potência criadora. Aqui o caos importa.

Resultado de algumas somas de trabalhos que Ricardo Corona vem desenvolvendo nos últimos anos, pesquisas de sua inquietude sonora, ou de seus silêncios, este perfeito avesso, eis que aparece na área Sonorizador (Iluminuras, 2007), seu mais recente trabalho impresso-gravado, mostrando a possibilidade do formato livro-disco. Em Sonorizador, a mesma presença de determinados “atritos de linguagem” que perpassam o rumo de Corona, uma vez que estão presentes além, claro, do explorar de sonoridades, alguns margeamentos com a dimensão plástica-visual, a apropriação do suporte H.Q. no traço parceiro de Maxx Figueiredo, a distorção do signo verbal que se amplifica na distorção do signo sonoro, e vice e versa. Pensar em poesia e som, para ele, é poder dispor de um leque de referências que vão “da poesia da música brasileira ao zaum, do fonetismo e letrismo Dada ao verbivocovisual da Poesia Concreta”, da oralidade ancestral através de uma pesquisa étnico-poética, presente neste Sonorizador sem, contudo, como mesmo afirma Ricardo Corona, “aderir com exclusividade a nenhum desses conceitos estéticos”. Mais ou menos como se pudesse dispor de uma pequena galáxia de referências, a qual deu o nome de “eletropoesiacústica”, e fizesse uso dela quando bem entendesse, quando bem quisesse, para criar uma tensão, através de resultados que não se firmam, não estão num viés do acabado, mas em constante descarga. É por isso que sempre penso que o trabalho de Ricardo Corona nunca pode ser visto-lido a partir de um único dado, da fragilidade de um de seus poemas impressos ou o que possa haver de monótono numa experiência poética-sonora, mas sempre a partir de um recorte maior, que abarque o sentido ético deste mesmo trabalho que se desdobra em pesquisa, editoração (Ricardo Corona foi editor de duas importantes revistas literárias: Medusa e Oroboro), espetáculo, corpo e voz. E aqui não posso deixar de fazer um link com outro Ricardo, só que Ricardo Aleixo, poeta mineiro, também criador de galáxias sonoras-visuais e tensões dentro da monotonia da poesia recente.

Bem assim como Ricardo Aleixo, Ricardo Corona transita entre outros espaços, onde está “fora de foco”, onde se constrói uma possível outra geografia poética para o país, ou fora desta mesma geografia, onde o que em se tratando de poesia já foi muito usual e onde pode ser novo e não se esgotar. No exato lugar em que se lê o som e ouve-se palavra. Há uma órbita aqui e que pode ser muito bacana.

1.1.08

Um homem de números



Gosto imenso da poesia feita por André Vallias, que descobriu um caminho - múltiplo e diverso - todo dele. Com votos de um 2008 realizador para todos, deixo o link para duas estupendas criações de Vallias: aqui.